Monday, December 17, 2007

16-12 Cidade do México- Madrid- Lisboa

O meu último dia no Distrito Federal foi "muy rojo" (rojo é, para mim, a palavra pela qual se aufere a qualidade do acento castelhano. o "ro" deve ser dito com a língua saíndo por trás dos dentes da frente e o "jo" tem que sair das amigdalas.)

De manhã, fui ao Museu Mural Diego de Rivera, construído para albergar um dos seus murais mais famosos, " Sueño de una tarde dominical en la Alameda".

Depois fui a Palacio de Bellas Artes, uma aberração com o interior todo em mármore, mandada erigir pelo ditador Porfírio Diaz, que tinha um fetiche com o reqinte francês do início do Séc. XX.

Mas dentro há vários murais comunas, de Diego Rivera, Rufino Tamayo, Orozco e, aquele que mais gostei, Siqueros, que depois descobri que era um agente Stalinista e que foi o principal autor do primeiro atentado, frustrado, contra a vida do Léon Trotski.

Á tarde, fui ao lindíssimo bairro de Coyoacán, que passou a ser o meu preferido dos que visitei aqui no DF.

Aqui visitei a casa onde Trotski viveu os últimos 15 meses da sua vida de luta, conquista, traição e exílio, e onde foi brutalmente assassinado, a golpe de picareta, por um traidor catalão, a mando do sanguinário Stalin.

Para quem não sabe, Trotski, a par de Lenin e Stalin, foi um dos grandes obreiros da Revolução Bolchevique, tendo sido apontado por Lenin, no seu testamento político como seu sucessor natural. No entanto, Stalin, ávido de poder, e de perverter os ideias revolucionários com o culto da sua personalidade, conseguiu afastá-lo e condená-lo a anos de exílio em várias partes do mundo.



A revolução permanente continua em marcha, León.

As vossas conquistas são os nossos Direitos!

Para mim, a revolução está nos actos do indíviduo, e cada um faz a sua da maneira que entende.

Não somos todos, nem tão pouco a maioria, mas o objectivo mantém-se


HASTA LA VICTORIA, SIEMPRE!!!



Depois, desci duas ruas e fui á célebre Casa Azul, onde viviam Diego e Frida, que por este foi comida até fazer Khalo (variação de piada anterior)

A casa é linda, com uns jardins maravilhosos, e eu confesso que a senhora me sensibiliza bastante, pelo modo como desnuda a alma nas suas pinturas, de um modo tão infantil como pungente.

Se não fosse aquele bigode farfalhudo, casava-me com ela!

Saído dali, desci até à Plaza Hidalgo, centro deste bairro.

Domingo á tarde, tudo se passa ali. Barraquinhas de comida ao lado de uma árvore de natal ao lado de uma banca do Ejercito Zapatista de Liberación Nacional ao lado de um malabarista, ao lado de uns Mariachis, ao lado de uns dançarinos Aztecas, gente gente gente gente!

Volto a dizer, esta cidade é surpreendente.

Depois, sento-me num café a tomar a última refeição. Uma sopa de tortilha soberba e as inevitáveis quesadillas de flor de calabaza.

Por fim, caminho em direcção ao metro atravessando os viveros de coyocan, um parque/jardim botânico cheio, mas mesmo cheio, de esquilos á porrada a lutar pelo território.

E assim, respirando verde e tranquilidade, me despeço de uma das maiores cidades do mundo e deste grande país, com tanta riqueza natural, histórica e humana!

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