Entao vamos a isto...
12-11 Zipolite- San Cristobal de las Casas- San Juan Chamula
Conforme tinha dito, as 12 horas de autocarro delapidaram bastante a minha funçao psico-motora!
Ainda assim, arranjei forças para caminhar pela lindíssima cidade de S. Cristobal de las Casas, que parece uma aldeia alentejana crescidota, mas com muita gente abaixo dos setenta anos, com as casas homogeneamente baixas e de todas as cores.Fica num vale a 2000 e tal metros de altitude, e é, ao mesmo tempo, bucólica e cosmopolita.
Cheguei no dia da maior festa religiosa do México, A Virgen de Guadalupe, por isso toda a cidade está em festa, com os indígenas vestidos com os trajes tradicionais e os nao indigenas com a sua melhor roupa, em romaria até à capela da dita imaculada.
Noutra zona, há mercados indígenas, com as senhoras a vender cereais e frutas expostos dentro de sacos de sarrapilheira no chao, e os homens a vender o belo CD e DVD pirata.
Muita vida e um ambiente muito especial, aqui sente-se bem mais a cultura ancestral do que nos outros sítios onde estive antes.
Á tarde fui ao pueblo de San Juan Chamula, a 15 minutos de toyota hiace colectiva de S. Cristobal.
Aqui ainda se sente mais fortemente a cultura indígena, todos estao vestidos com os seus trajes tradicionais, mas nao em apelo ao turista, just doin' their own thing.
Na Igreja do Pueblo vive-se uma das mais interessantes mesclas de Culturas a que já assisti.
Na tal Igreja,Católica, bastante modesta, decorada com panos no tecto e com as partes laterais repletas de altares a diversos santos, os Tzotzil, tribo Maya, espalham caruma de pinheiro no chao, prostram-se em cima dela e, em frente ao altar do seu santo de eleicão, entoam canticos aparentemente xamanicos enquanto queimam incenso e bebem Coca-Cola (?!) para purificar alma.
Em suma, misturam a cultura ancestral com a catolica, imposta pela espada do Cortes e compinchas, tudo regado com o mais fino champanhe imperialista.
O meu amigo belga Jan, que e biologo (ou pelo menos era! Agora, e conforme decidimos os dois numa tarde soberba que passámos a rir nos jardins do Reichstag, é especialista em gestao de tempo livre e em filosofia aplicada) e viveu uns meses aqui a estudar a macacada, ja me tinha prevenido para a veneracão que este povo tem para com a Coca-Cola, sendo mesmo os maiores consumidores mundiais per capita.
De tal modo que o antigo presidente, Vicente Fox, que pos termo a 74 anos de governo do Partido Revolucionario Institucional (este nome mata-me), tinha antes sido administrador da Coca-Cola Company.
Depois, regressei a S. Cristobal numa Toyota Hiace apinhada com este portuga e 15 Tzotzil, sendo que um indigena de 1 ano e pico, amarrado ao lombo da Mae por um pano, veio a dormir com a cabecinha docemente piolhosa encostada no meu ombro.
Chegado á cidade, comi uns tacos e fui passear um pouco mais pelas lindas ruas, engalanadas com enfeites para a procissao, com as portas todas abertas e toda a gente fora a ver a romaria, que tinha uma sequencia bastante peculiar:
Passa uma pick-up toda enfeitada e cheia de gente em cima a buzinar. Depois, um grupo de jovens vestidos de igual e com fitas na cabeca, o primeiro segurando uma tocha, correm atrás da carrinha e replicam ao chamado de um deles deem-me un G, una L, un O, una R, una I, un A,
GLORIA GLORIA MARIA MARIA.
Depois de assistir a um pouco deste espectaculo, fiz o que qualquer Homem com H grande faria para relaxar: amarrei o meu cavalo, fui para o quarto, tirei as botas de cowboy, ajeitei o pacote e deitei-me na cama a ver o Glasgow Rangers- Lyon em diferido.
12-11 Zipolite- San Cristobal de las Casas- San Juan Chamula
Conforme tinha dito, as 12 horas de autocarro delapidaram bastante a minha funçao psico-motora!
Ainda assim, arranjei forças para caminhar pela lindíssima cidade de S. Cristobal de las Casas, que parece uma aldeia alentejana crescidota, mas com muita gente abaixo dos setenta anos, com as casas homogeneamente baixas e de todas as cores.Fica num vale a 2000 e tal metros de altitude, e é, ao mesmo tempo, bucólica e cosmopolita.
Cheguei no dia da maior festa religiosa do México, A Virgen de Guadalupe, por isso toda a cidade está em festa, com os indígenas vestidos com os trajes tradicionais e os nao indigenas com a sua melhor roupa, em romaria até à capela da dita imaculada.
Noutra zona, há mercados indígenas, com as senhoras a vender cereais e frutas expostos dentro de sacos de sarrapilheira no chao, e os homens a vender o belo CD e DVD pirata.
Muita vida e um ambiente muito especial, aqui sente-se bem mais a cultura ancestral do que nos outros sítios onde estive antes.
Á tarde fui ao pueblo de San Juan Chamula, a 15 minutos de toyota hiace colectiva de S. Cristobal.
Aqui ainda se sente mais fortemente a cultura indígena, todos estao vestidos com os seus trajes tradicionais, mas nao em apelo ao turista, just doin' their own thing.
Na Igreja do Pueblo vive-se uma das mais interessantes mesclas de Culturas a que já assisti.
Na tal Igreja,Católica, bastante modesta, decorada com panos no tecto e com as partes laterais repletas de altares a diversos santos, os Tzotzil, tribo Maya, espalham caruma de pinheiro no chao, prostram-se em cima dela e, em frente ao altar do seu santo de eleicão, entoam canticos aparentemente xamanicos enquanto queimam incenso e bebem Coca-Cola (?!) para purificar alma.
Em suma, misturam a cultura ancestral com a catolica, imposta pela espada do Cortes e compinchas, tudo regado com o mais fino champanhe imperialista.
O meu amigo belga Jan, que e biologo (ou pelo menos era! Agora, e conforme decidimos os dois numa tarde soberba que passámos a rir nos jardins do Reichstag, é especialista em gestao de tempo livre e em filosofia aplicada) e viveu uns meses aqui a estudar a macacada, ja me tinha prevenido para a veneracão que este povo tem para com a Coca-Cola, sendo mesmo os maiores consumidores mundiais per capita.
De tal modo que o antigo presidente, Vicente Fox, que pos termo a 74 anos de governo do Partido Revolucionario Institucional (este nome mata-me), tinha antes sido administrador da Coca-Cola Company.
Depois, regressei a S. Cristobal numa Toyota Hiace apinhada com este portuga e 15 Tzotzil, sendo que um indigena de 1 ano e pico, amarrado ao lombo da Mae por um pano, veio a dormir com a cabecinha docemente piolhosa encostada no meu ombro.
Chegado á cidade, comi uns tacos e fui passear um pouco mais pelas lindas ruas, engalanadas com enfeites para a procissao, com as portas todas abertas e toda a gente fora a ver a romaria, que tinha uma sequencia bastante peculiar:
Passa uma pick-up toda enfeitada e cheia de gente em cima a buzinar. Depois, um grupo de jovens vestidos de igual e com fitas na cabeca, o primeiro segurando uma tocha, correm atrás da carrinha e replicam ao chamado de um deles deem-me un G, una L, un O, una R, una I, un A,
GLORIA GLORIA MARIA MARIA.
Depois de assistir a um pouco deste espectaculo, fiz o que qualquer Homem com H grande faria para relaxar: amarrei o meu cavalo, fui para o quarto, tirei as botas de cowboy, ajeitei o pacote e deitei-me na cama a ver o Glasgow Rangers- Lyon em diferido.
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