Tuesday, November 07, 2006

6-11-2006- Ilha do Marajó
1. Mas porque é que eu fui andar de bicicleta!!!
Estou com umas dores nas nalgas que parece que estive ontem à noite a passear nu e de cabeleira loira pelo pátio do carandiru. E tenho uma ferida no peito do pé do tamanho de uma moeda de um cêntimo causada pela fricção da fivela da Hawaiana enquanto pedalava.
Ainda fui de manhã a Soure, capital do Marajó, numa viagem de barquinho que me teria sido agradável, não fora a dureza do banco de madeira sobre a minha rectaguarda virgem e delicada.
Depois, chegado lá, tinha que andar três km até à praia, andei 500 m e voltei para trás, sucumbindo à ferida e ao calor.
Dia perdido, voltei para a pousada, dormi, li, comi, dormi, li, comi, vim à net e agora vou ler e depois dormir. Gaita!
2. Entretanto, ontem havia começado a ler ¨ O Livro Negro¨, do Lawrence Durrel, que é, para mim o escritor que melhor domina a arte das palavras, pelo menos no que respeita à cor e perfume poético, erudito mas palpável, que confere à sua prosa.
No entanto, cruel desilusão! o ¨ Livro Negro¨, escrito quando Durrel tinha 24 anos, revela, talvez por isso, uma imaturidade e uma petulância para mim intoleráveis. Por isso, aos fim de 30 pags, pu-lo de lado (podia ter pulado de frente, mas não me apeteceu).
E ainda bem que o fiz, porque assim me foi dado conhecer um grande escritor norte-americano, Norman Mailler.
Já li mais de metade do seu livro, ¨ O sonho Americano¨, e estou a adorar. Por um lado, é uma espécie de livro ¨ noir¨, no mesmo sentido dos filmes homonimamente tipificados, imagino perfeitamente o James Stewart a desempenhar o papel, num preto e branco retro dos anos sessenta.
Tem um cariz fortemente psicológico, visceral mesmo, e um erotismo pungente, mas num estilo que me cativa, ao contrário da petulância do jovem Durrel.
E tem metáforas para mim brilhantes, como por exemplo esta, após o personagem principal asfixiar a sua mulher até à morte no quarto¨:
¨ Era um cenário tranquilo, um campo vazio como um canhão de guerra civil: acabava de disparar e brotava do cano uma derradeira coluna de fumo, que o vento dissipava. A tranquilidade era desse tipo¨.
3. E por hoje, como sou uma pessoa doente, é tudo o que tenho a dizer!

2 Comments:

Blogger Rufas said...

Eu aguardava a tua dor Jozzan...Quando me falaste na tua aventura fiquei abismada e previ logo toda a dor anal que se seguiria, he he...Vai passar!!
Esse hotel parece-me divinal pelo que contas,mas n vamos falar de inveja(s), afinal faltam 9 dias para o teu regresso... aqui tudo na mesma,mas temos saudades...
N te guies pelas conversas do Demo, virou homem decente...
Bem,deixa-me ir pois acabo de ser canada pelo meu chefe, toda refastelada na sua poltrona e a navegar na net em horario laboral,upsssss!! Beijos

5:17 AM  
Blogger Telma Duarte said...

Nem tudo são rosas, né?
Mas ao que parece os espinhos são suportáveis...
Mas digo-te uma coisa: preferia mil vezes estar no teu lugar, mesmo com todas as adversidades, do que enfrentar o transito infernal que anda por aqui, para ter que ir bulir...
Ao menos lavas as vistas e os neurónios (o que também faz falta de vez em quando).
Aguardo por mais notícias da tua saga...
Por agora, toma lá mais um beijo.
;))

12:34 PM  

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